Avançar para o conteúdo principal

Quem sou eu?

Nasci a 27 de Fevereiro de 1987, numa pequena cidade (na altura ainda era vila), em trás-os-montes, que dá pelo nome de Valpaços ❤ Para quem não conhece, fica entre Chaves e Mirandela e pertence ao distrito de Vila Real. 
Lá não sou a Ana...Sou a Catarina (é como toda a minha família me trata desde que nasci, pelo segundo nome).
Sou filha de costureira e de um ex trolha que agora já há mais de 20 anos que é condutor de autocarros. 
Lembro-me de ser bem pequenina e de brincar com tecidos e botões, enquanto observava a minha mãe a trabalhar ou a atender clientes, lá em casa. Aos 5 anos cosi o meu primeiro botão. 5 anos, leram bem... Por isso, estranho quando alguém me diz que não sabe coser nem um botão, porque para mim é algo muito banal e que sei fazer desde sempre. A única coisa que correu mal quando tentei aprender costura com a minha mãe foi quando aos 10/11 anos decidi aprender a coser na maquina de costura dela (daquelas antigas e com pedal grande), pois exatamente na altura em que tinha o dedo debaixo da agulha para ajeitar o tecido, inconsientemente carreguei no pedal e não correu muito bem...fiquei com a agulha presa no dedo 😱 Foi assim que ganhei pânico da maquina e nunca mais me atrevi a tocar nela, e foi por isso que precisei da minha mãe para me ajudar com a roupa do berço do Afonso. Eu sei tratar dos moldes, sei bordar, sei alinhavar e sei coser à mao, agora só me falta comprar uma maquina para ultrapassar o trauma de infância, de coser à máquina. Ia ajudar-me imenso pois cá em casa até as bainhas dos cortinados eu coso à mão (o que me ocupa muito tempo). 
O gosto pela construção de coisas e pelo transformar o velho em algo novo herdei do meu pai. Com ele aprendi a consertar coisas estragadas... 
Aos 16 anos o meu pai ajudou na construção da casa onde cresci e onde moram actualmente. Os meus avós paternos eram agricultores e trabalharam muito no duro, para conseguirem juntar dinheiro para comprar uma quinta enorme. Essa quinta foi dividida em duas parte. Eles ficaram com uma parte e a outra parte venderam-na ao preço que lhes custou a eles a quinta toda. Assim conseguiram dinheiro para construírem a casa. A casa foi constituída com dois andares. O andar de baixo ficou para eles e o andar de cima decidiram que seria para o meu pai, quando casasse. E assim foi... Por isso cresci com os meus avós paternos, daí que tenha criado laços muito fortes com eles também...E ensinaram-me tanto... Ia com eles às vindimas e à apanha da azeitona. Lembro-me de ser pequenina e de desviar o gelo para apanhar a azeitona do chão. Mas o que mais me deixa saudade desses tempos é de quando íamos para o monte e para o almoço os homens assavam carnes la numa fogueira. Parece que ainda me lembro do cheirinho à carne assada... Nenhuma carne assada me sabe tão bem como me sabia a daquele tempo...que saudades ❤ 
Trabalhei muito desde pequena...e olhem que só me fez bem. Foram essas aprendizagens que fizeram de mim o que sou hoje. Tive as melhores bases e os melhores exemplos sem dúvida alguma... 
Sempre tive muito orgulho nos meus pais. Herdei deles a parte de não conseguir estar parada um minuto, enquanto estou em casa. 
Em pequena ajudava a minha mãe nas lides domésticas (herdei dela o gosto pela limpeza e pela organização). Ela sempre me ensinou que o importante numa casa não sao os luxos mas sim a frescura 😉
O meu pai quando se metia a fazer alguma coisa também era por mim que chamava para o ajudar. Aprendi cedo o nome das ferramentas e as suas funcionalidades. E era eu também que o ajudava a limpar o estrume dos galinheiros.
Tenho também um irmão 3 anos mais novo. É o meu melhor amigo e o meu confidente. Estamos sempre a picar-nos, tipo cão e gato, mas nao vivemos um sem o outro 🤪 Também ele é virado para o mundo das artes, é arquiteto... É o meu orgulho ❤
Tive a sorte de crescer numa família humilde e muito unida...Uma família que está sempre disponivel para se entreajudar... Por isso essa parte parte também herdei deles ❤
Depois também tive as fases menos boas durante o meu crescimento... O primeiro susto que apanhei, andava eu na primária, foi quando o meu pai, depois do almoço, foi para o trabalho de mota e um carro que estava estacionado decide fazer marcha atrás sem olhar pelo espelho retrovisor. Projetou o meu pai pelo ar... Na altura ele ficou muito mal e nunca mais recuperou a 100% porque ficou com a clavícula fora do lugar. Teve direito a uma indemnização mas nunca lhe pôs a vista em cima porque o advogado fugiu com o dinheiro dele e de mais não sei quantos clientes 😡
Pouco tempo depois, devia ter eu uns 11 anos, quando a minha mãe caiu da varanda do segundo andar lá de casa 😢 Podia ter-se matado. Quando os bombeiros chegaram la a casa para a socorrer ficaram admirados porque só partiu mesmo um pé e ficou com dois furos no outro por ter caído em cima de uns ferros. No pé partido o osso do calcanhar além de partir esmilhou todo. Deveria ter sido operada de urgência mas os médicos que a atenderam só lhe engessaram o pé. Por isso, com o tempo, todos os pedacinhos do osso começaram a juntar-se de forma irregular e não demorou muito até ela começar com dores horríveis ao caminhar (sentia-se como se estivesse a caminhar em cima de vidros), e a ter sangue a sair-lhe pela unha grande do pé. Marcou  logo uma consulta de urgência, onde lhe atiraram à cara que teriam de lhe amputar o pé 😱 A minha mãe tinha 30 e poucos anos. Estão a imaginar o desespero dela? O meu pai procurou logo um bom ortopedista no privado. Indicaram-lhe um muito bom em Chaves e foi esse doutor que a operou e lhe salvou o pé  🙏 A unica contrapartida é que a rotula do pé ficou fixa 😞 Nunca mais pôde usar saltos altos (logo ela que adorava saltos - também herdei isso dela 😁) e teve de abandonar a costura, pois o pé em questão é o direito e com o pé esquerdo nao tem tanta força para o pedal. Quando precisa fazer coisas para casa, para ela, ou para mim, faz devagarinho com o esquerdo. De qualquer forma agora também tem muito com que se ocupar... Ficou sem a costura mas levanta-se às 6 e tal da manhã...Começa o dia a tratar dos animais, ou a regar nos meses mais quentes, e só pára quando se deita lá para as 22/23h. Há sempre muito para fazer naquela casa. O terreno é enorme e têm muitas plantações e muitos animais...
Ainda estávamos nós a respirar de alívio com a recuperação da minha mãe quando apanhamos um novo susto. O meu avô ia a sair de casa com o cavalo e com a carroça, para ir ao monte, quando um carro passa a alta velocidade atropelando-o 😢 Ainda tenho a imagem dele estendido no chão, coberto de sangue na face. Pensei mesmo que o tinham matado, mas só partiu umas costelas e ficou com uma orelha ao pendurão, que teve de ser cosida. Este meu avô era um osso duro de roer. Não havia doença que lhe pegasse. E se fazia falta tratar de alguma coisa nele, fazia recauchutagem a ele proprio 🤣 Nunca conheci ninguém assim... Houve uma altura em que se cortou, foi à lata de costura da minha avó e deu pontos nele proprio 😖 Houve uma outra vez que andava cheio de dores num dente, pegou num alicate, foi para a frente de um espelho, e arrancou o dente a ele proprio 😱 Não tinha mesmo medo de nada ❤
Quando cheguei ao 9° ano e fiz os testes psicotécnicos para me ajudarem a decidir a área que seguiria no secundário, o resultado apontava sempre para artes, artes, artes... O problema é que teria de ir para Chaves estudar porque em Valpaços, nessa altura,  no secundário só se podia optar por ciências ou humanidades. Como nos meus testes houve uma parte que me atirava para a psicologia, acabei por ir para Humanidades.
Foram 3 anos que passaram a voar... Sempre fui muito stressada na escola, na altura dos testes e dos exames, ficava mesmo muito nervosa. Exigia muito de mim e queria sempre mais...
Quando terminei o 12°ano, durante as ferias de Verão, enquanto esperava o resultado para ingressar na faculdade, estive a trabalhar numa pizzaria. Foi assim que consegui dinheiro para comprar o meu primeiro telemóvel. E foi nessa altura que conheci o Hugo...o grande amor da minha vida...o meu marido 💙
O resto...o resto da história fica para o proximo episódio 😉

Comentários

Mensagens populares deste blogue

As minhas perdas de peso após as gravidezes ❤

-25 kg separam estas duas fotos. Hoje vou contar um pouco da minha história. Uma vez que consegui motivar pessoas com o meu desafio, pode ser que a minha história com fotos reais vos motive ainda mais. Desde pequena que sempre tive problemas com peso, mas no meu caso era por ter peso a menos. Sempre fui muito muito magricelas. Comia imenso mas nada me engordava. Nao tinha problemas com o espelho até ao dia em que uma conhecida da minha mae lhe perguntou, mesmo à minha frente, se eu era anorética. Devia ter uns 15 anos e lembro-me que cheguei a casa, olhei-me ao espelho a chorar e a partir desse dia comecei a detestar o meu corpo (sim...pessoas extremamente magras também sofrem). Pedi à minha mae para me levar ao médico. Na altura o médico disse que eu tinha um metabolismo muito acelerado. Para quem nao sabe "o metabolismo acelarado é o nome da condição em que uma pessoa queima uma quantidade maior de calorias e tem menos chances de acumular gordura do que pessoas com m

O grande dia 👰🤵💒

Casei a 17 de Agosto de 2009 com apenas 22 anos. E adivinhem onde? No Templo de Santa Luzia em Viana do Castelo ❤  Acordei de manhã bem cedo... Antes de ir para a cabeleireira ainda decorei o carro dos noivos e ainda penteei a minha madrinha (não ficou nada mal como podem ver na segunda foto 🤪). A cabeleireira penteou-me e maquilhou-me, e fui buscar o meu ramo. Começou a chover e estava muito nevoeiro 🌧🌫 Fiquei triste porque queria casar com sol... Entretanto cheguei a casa e comecei a vestir-me. Não demorou muito até chegar a minha família e o fotógrafo. Não foi fácil tirar as fotos todas porque o meu pai ainda se sentiu mal...Ia ser operado à vesícula no dia seguinte e estava nervoso com tudo 😩 No meio da sessão fotográfica e das filmagens o sol decidiu aparecer 🌞 Terminadas as fotos fomos para a o templo de Santa Luzia. Como a minha familia não conhecia Viana,  saímos atrás uns dos outros. Só se perdeu um carro...Qual? O que tinha o menino das alianças (o qual eu pre

Beginning

Todos sabemos que vivemos numa sociedade onde a mulher tem de conciliar o seu papel de mulher juntamente com o de ser mãe e trabalhadora a tempo inteiro (o que se torna num grande desafio). Assim, e embora estes papéis não devam ser antagónicos, mas sim complementares, a verdade é que muitas vezes entram em conflito o que nos leva a vivermos de uma forma mais intensa e a acharmos que não vamos conseguir ter tempo para cumprirmos na integra todos estes papeis. Desta forma, nasce a ideia deste meu projeto… Mãe de dois meninos (um com 7 meses e um com 6 anos), a trabalhar das 9h ás 19h, sem ajudas (pois a família mora muuuiiiito longe e o marido sai de casa antes dos meninos acordarem e chega quando eles já estão a dormir), acreditem que consigo ter tempo para tratar de mim, dos meninos e da casa. E ainda consigo realizar trabalhos manuais e decorativos, e fazer remodelações na casa. Impulsionada pelo marido e por amigas na minha pagina de Facebook (O Tempo da Nossa Mãe) e na minh